Pode me chamar de doida varrida, eu até acho que devo ser um tanto mesmo, mas se tem um ditado que aprendi a acreditar lidando com plantas (e com gente) é: uma andorinha só não faz o verão! Coloca um vasinho solitário e observa o esforço que a coitada da planta faz pra sobreviver sozinha: é um tal de água demais/encharca, água de menos/seca, não se acha o ponto e a planta vive a mercê da gente. Agora, experimenta colocar três, quatro vasos e observa, as plantas parecem que dão força umas as outras e vão que vão quase que por si só.
Aqui no nosso jardim, após iniciado o paisagismo de vasos, em alguns pontos o piso de cimento foi rachando sozinho e começou a brotar uma plantinha nas trincas (na foto acima, à direita, na parte debaixo dá pra ver a trinca e o começo de uma planta junto com o mofo). Como o verde era escasso, fui deixando se criar…
Nas férias entre dezembro e janeiro (dos anos 2009/2010) fomos para o Rio Grande do Sul visitar minha família e deixamos nosso incipiente jardim aos cuidados da sogra. No Sul de Minas chove mas choooooove no verão, e nesse especificamente choveu um bocado! Resultado: quando retornamos o tapete inglês havia tomado conta de boa parte do cimento e sentimos que estávamos finalmente criando um espaço verde em nosso pátio.
A espécie, depois fui pesquisar no Deus Harri Lorenzi e no Jardineiro, tem por nome científico Polygonum capitatum e é originária do Himalaia, ói que lindo! Com o tempo outras rachaduras foram aparecendo e mais tapete inglês foi se alastrando. Me senti muito honrada em recebê-lo em nosso jardim, pela sua persistência em atravessar o mundo e vir brotar (e alegrar) justo aqui, num piso cinzento e por isso esta planta mereceu figurar logo no início deste herbarium.
O marido criou um método de meditação nas plantas e eu acreditei piamente nele e passei a praticar também. Tá, não vou mentir, na verdade eu não pratiquei meditação, eu pratiquei “pensamento” apenas, porque eu não tenho disciplina suficiente para praticar meditação, confesso. Mas funcionava assim: abria-se uma trinca e começava a brotar o tapete inglês, um pouco mais além abria outra trinca e brotava outro, aí a gente meditava nas duas mudinhas para que elas vigorassem e se unissem formando um grande tapete. Como eu disse no início, me chame de doida, mas o fato é que botamos fé and… just happened! Os brotos de uma trinca foram crescendo, se unindo aos brotos de outras trincas e quando vimos, o tapete percorria todo o jardim, como se formasse um organismo só!
Foi nessa que a espécie mostrou-se a excelente forração que é, prestando-se muito bem a um conceito de paisagismo que adoro: jardins sem grama e que exigem pouca (pouquíssima!!!) manutenção! Pra plantar esta sementinha na tua cabeça, te deixo estes links aqui e aqui sobre jardins sem grama e este outro aqui sobre jardins que sobrevivem com pouca manutenção. Estão em inglês, mas google tradutor e as próprias imagens dão conta.
Daí que a família aumentou semana passou e além de dia de Nossa Senhora Aparecida, foi também dia das Crianças, e nem pra botar uma fotinha da representante mirim da casa (mãe desnaturada!), então vai uma foto/justificativa: a gente tava aqui, mexeno n’água, fazeno bolha de sabão, correno, ralando joelho, enfim, sendo criança, que é o que se poderia fazer de melhor! E outra que já vão se acostumando a datas comemorativas óbvias atrasadas, pois achamos mais divertido (mãe, Freud explica?).
Quer acompanhar a evolução do nosso jardim? Cola no álbum do Pinterest que vou mostrando tudinho! Agora se você estiver buscando inspiração para jardins, fica à vontade neste álbum aqui, só com detalhes possíveis e DIY para jardins rústicos! Tá, e tem também este outro, com lindos jardins urbanos mais modernos. Divirta-se!
E por aí? Mostra pra mim o que tens plantado na tua casa?